sábado, 9 de fevereiro de 2019

Meta-se!


Hoje, ao pegar a condução para vir ao trabalho, presenciei uma menina, uma criança de doze anos e feições de sete, pichando o ônibus. Minha primeira reação foi de “não se meta”, mas Deus tocou em meu coração tão profundamente me lembrando que eu sou uma adulta, que tenho Cristo como meu exemplo e que sou a Igreja de Deus neste mundo, que decidi me meter com todo amor para fazer a diferença em sua vida.

Então me aproximei e, sem escândalo, disse: “menina, pare, você está cometendo um crime!”

Ela me olhou com os olhos arregalados e logo se encolheu no canto do assento. Então conversei com ela. Perguntei seu nome e disse que não estava brigando, mas que se um policial ou alguém da empresa de ônibus a pegasse fazendo aquilo, poderia agredi-la fisicamente ou, no mínimo, com palavras horríveis e obrigá-la a limpar tudo o que havia feito. Que poderiam denunciá-la, apresentar queixa no Conselho Tutelar e trazer problemas para os seus pais.

“Você sabe que isso é um crime e é errado? Sabe que isso pode te machucar e gerar problemas?” Perguntei. Ela balançou a cabeça em afirmação, mordendo a canetinha que usava. Perguntei mais: “Você quer passar por isso? Quer encrenca para você e sua família?” Ela disse que não, e encerrei: “Então não faça isso! Não vai acrescentar nada para você hoje e no futuro, nada mesmo.”.

Sei que, ao descer no meu destino, ela pode ter continuado a fazer o errado, mas fiz a minha parte e recomendo: Adultos, se preocupem em ser exemplo e, principalmente, se preocupem em passar os valores que um dia aprenderam e que sabem o quanto fizeram e fazem diferença em sua vida. Uma criança ou adolescente sozinhos dificilmente têm coragem de fazer algo errado, mas com outros amigos podem, sim, vir a fazer. Então se preocupem com onde e com quem seus filhos andam e se estão absorvendo seus exemplos e valores. Importe-se, sim, quando vir alguma criança que não tem nenhum parentesco contigo fazendo algo errado. Interrompa, converse e aconselhe com amor.

Um dia, com a mesma idade daquela menina, eu fiz a mesma coisa, influenciada por amizades, enquanto voltava da escola para casa. Quis ser “maneira” e pichar o ônibus enquanto meus colegas gritavam uns com outros e com as pessoas na rua e se divertiam em pé nos assentos do ônibus. Também, naquele dia, um adulto se meteu e me repreendeu. Fiquei muito envergonhada e com raiva na hora, mas nunca mais repeti tal coisa e, de verdade, isso fez a diferença na minha vida. Muitos jovens estão perdidos e se perdendo, e a culpa é nossa. Ainda dá tempo, vamos fazer a diferença.

Kelly Casttro - Publicado em 14/06/2017.

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